The transcript is a conversation about diabetes, its impact on the body, the importance of treatment and monitoring, the role of insulin, and the different types of diabetes. It also mentions the connection between diabetes and Alzheimer's disease. The speaker emphasizes the need for proper care, diet, and regular check-ups for diabetes patients.
E de volta comigo aqui hoje, Dr. Fábio AraĂşjo Guitar, para o nosso bate-papo, a nossa conversa. Bom, doutor, como teve aĂ uma boa reflexĂŁo aĂ da nossa conversa sobre diabetes, entĂŁo atendendo aĂ a vários pedidos, nĂłs vamos esclarecer um pouco mais aĂ sobre o que Ă© realmente a diabetes, essa doença que Ă© silenciosa e que faz aĂ muitas, que traz muitas consequĂŞncias aĂ malĂ©ficas para o organismo do paciente. EntĂŁo, vamos voltar, nĂ©, doutor, a esse assunto aĂ, atendendo aĂ a pedidos sobre a diabetes, doutor.
Bem, eu fico muito satisfeito, por um lado, porque todos sabem como que nos últimos seis anos nós temos dedicado ao estudo do diabetes, né. Eu acho isso muito importante porque eu falo que há muitos anos atrás, 30, 40 anos atrás, quando uma pessoa era diagnosticada diabético, a gente só não ia pedir para que Deus o levasse novo, mas a gente pedia muita atenção porque fatalmente se esse paciente ficasse idoso, ou ele ficaria cego, ou ele estaria amputado numa cadeira de rodas, ou na diálise.
Por quĂŞ? Era a ordem natural da doença, nĂŁo tinha muito jeito de fazer. Medicamento a gente tinha aĂ o quĂŞ? Betiformina, libencamida e insulina. EntĂŁo, a prĂłpria diabetologia, que Ă© a ciĂŞncia do estudo do diabetes, nĂ©, os pesquisas, mudou muito. EntĂŁo, hoje a gente sabe que depende muito do paciente. Eu falo, assim, que aquelas pessoas que foram diagnosticadas diabĂ©ticas, se eles fizeram o tratamento direitinho, alĂ©m de dieta, exercĂcio fĂsico, se Deus vai dar 100 e tantos anos para eles, eles vĂŁo quando Deus chama, mas vai, como dizem, sem ser amputado, enxergando, andando, quer dizer, entĂŁo tá nas nossas mĂŁos.
NĂŁo tem doenças, nĂŁo tem muita gente fazer, sĂł Deus, nĂ©? LĂłgico que a diabetes, como tudo, Ă© Deus em primeiro lugar, mas a gente tem que dar essa contrapartida. EntĂŁo, eu acho que Ă© isso aĂ, Ă© isso aĂ que a gente tem que pegar o assunto do diabetes, nĂŁo Ă© isso? E graças a Deus nĂłs temos profissionais, nĂ©, doutor? Já especializados para cuidar dos pacientes com diabetes, nĂ©? É, porque a partir do começo nĂŁo tinha assim, nĂ©? NĂŁo tinha, nĂŁo tinha.
VocĂŞ pode ver que a endocrinologia hoje, ela tem um ramo quase que especialmente para diabetes. Hoje nĂłs temos a Sociedade Brasileira de Diabetes, do qual eu sou sĂłcio já, associado já há bastante tempo, entĂŁo a gente tem sempre muito curso. Agora, Ă© estudo contĂnuo, tá? Eu falo para vocĂŞ que a cada ano, a cada semestre, sĂŁo drogas novas, medicamentos novos, novas formas que a gente está estudando, que a gente descobre. Muitas vezes uma medicação Ă© lançada para uma coisa, depois a gente descobre que ela Ă© muito melhor do que a gente imaginava.
EntĂŁo, cabe muito, por isso que eu sempre bato aquela tecla, nĂ©? Cuidado vocĂŞ aĂ, que está há muito tempo usando sĂł metformina, ou sĂł glicamida, nĂŁo que sĂŁo medicamentos ruins, mas tem que conversar com o seu mĂ©dico, ou Ă s vezes o mĂ©dico trocou, Ă s vezes Ă© de rede pĂşblica, vocĂŞ fala, ah, eu estou bem, estou controlado, será que está? Outra coisa que a gente sempre fala, JoĂŁo Batista, Ă© o nĂşmero de pacientes que sĂŁo diabĂ©ticos e que estĂŁo sub-diagnosticados, que estĂŁo aĂ, estĂŁo nos ouvindo e nĂŁo sabem que sĂŁo diabĂ©ticos, a gente fala que metade dos pacientes, a gente tem uma mĂ©dia aĂ de 8 mil pacientes diabĂ©ticos, sĂł na Rede Suz, digamos, a seguinte, contudo, desculpa, na Rede Suz em particular, e eu falo que mais ou menos uns 4 mil nĂŁo sabem que sĂŁo diabĂ©ticos, e cabe a gente aqui contar para eles, ou induzi-los saudavelmente a procurar saber.
Exatamente, fazer aĂ o exame para que ele saiba que tem ou nĂŁo, para ter um diagnĂłstico melhor. Doutor, diabetes Ă© a presença de açúcar no sangue mesmo, Ă© isso mesmo, doutor, ou tem algo mais? É, Ă© exatamente isso, em regras gerais, a diabĂ©tica, ela caracteriza o aumento dos nĂveis de glicose, no caso, açúcar no sangue, e geralmente ela Ă© causada por quĂŞ? O pâncreas, que Ă© aquele ĂłrgĂŁo que nĂłs temos que produz a insulina, ele nĂŁo Ă© capaz de produzir a insulina de uma forma suficiente, ou Ă s vezes ele atĂ© produz, mas o prĂłprio corpo nĂŁo faz bom uso disso, e eu acho interessante que muitas pessoas falam assim, ah, mas o diabetes, vocĂŞ está falando de 40 anos para cá, de 6 anos para cá, nĂŁo mudou nada, a gente sabe que nos 1.500 anos, nĂłs falando disso aqui, já antes de Cristo, já tinha uma descrição que a gente vĂŞ aĂ na histĂłria, de pessoas que urinava muito, tinha muita sede, emagrecia, entĂŁo a gente vĂŞ que isso aĂ vem desde há muito tempo, nĂ©, sĂł que hoje em diante a gente tem estudos fidedignos sobre isso, mas em termos gerais Ă© isso, por isso que o diabĂ©tico nĂŁo adianta falar, o tempo a ser de meu plano, doutor, para eu nĂŁo parei de usar açúcar, estou usando sĂł rapadura agora, lá na minha terra a rapadura vem da cana tambĂ©m, nĂ©, entĂŁo tem que tomar cuidado com isso aĂ, o excesso de açúcar e esse açúcar no sangue, em excesso, vai trazer dĂ©ficit, vai trazer doenças, vai causar muitos danos ao organismo.
Há outros alimentos que causam tambĂ©m, doutor? Sim, a gente sempre fala, porque a gente tem, inclusive futuramente, ontem eu conversei atĂ© com uma nutricionista, uma pessoa maravilhosa, que vai nos dar atĂ© uma ajuda, que ela vai participar em breve com o programa que Ă© conosco, ela vai ensinar a gente a fazer dosagem de carboidratos, o que Ă© isso, doutor? Carboidratos, vamos colocar assim, os principais alimentos, nĂłs temos carboidratos, que sĂŁo os açúcares, em termos gerais, as gorduras, que sĂŁo os lĂmpidos e as proteĂnas, nĂ©, sĂŁo as proteĂnas, digamos, carne, ovos, leite, gordura, nĂ©, as prĂłprias gorduras lĂmpidas e os carboidratos, que tem o açúcar, no caso, a glicose, a prĂłpria fruta, ela tem a frutose, que vira a glicose, a sacarose, entĂŁo tudo que termina em Ăłleo, digamos assim, seriam os açúcares, lĂłgico que tem alimentos que tem o tal de Ăndice glicĂŞmico, o que Ă© isso? É aqueles alimentos que tem mais, digamos, mais açúcar do que ouro, por isso que quando a gente vai fazer uma dieta, a gente vai fazer uma dieta para o paciente, ele tem que saber o que ele pode combinar, que Ă s vezes ele coloca um que tem menos açúcar, com a proteĂna e aĂ ele vai competir e nĂŁo vai absorver tanto, entĂŁo por isso que eu falo, entĂŁo nĂŁo Ă© exatamente sĂł da cana, ali nĂłs temos a glicose, que Ă© o açúcar, açúcar refinado, açúcar mascavo, a prĂłpria rapadura, sĂŁo açúcares, mas nĂłs temos eles em formas diferentes de alimentos, do leite, açúcar do leite, a lactose, açúcar da fruta, frutose e assim em diante, todos eles podem ser prejudiciais, dependendo do tanto que for usar.
Muito bem, 8 horas mais 12 minutos, doutor, eu gostaria que vocĂŞ falasse sobre o que Ă© a insulina, que muitos pacientes que tem diabetes usam. Pois Ă©, quando eu falei aqui do pâncreas, olha bem, o pâncreas ele vai produzir essa substância que Ă© a insulina, que ele Ă© um hormĂ´nio, agora o que ele faz, ele vai pegar essa açúcar e vai levar para dentro da cela do corpo, ela atua como se fosse uma chave, abrindo fechaduras na cela do corpo, por quĂŞ? Porque nĂłs precisamos da glicose, nĂłs precisamos do açúcar, o açúcar Ă© nosso combustĂvel, o açúcar Ă© o que nos dá energia, exatamente, entĂŁo a insulina ela faz isso, ela vai pegar esse açúcar como se ela chegasse lá, travasse a fechadura e colocasse, aquilo Ă© o tanque de gasolina nĂ©, vocĂŞ vai lá naquela chave, abre o tanque, pum, o frentista coloca o combustĂvel, a insulina vai fazer isso, agora imagina sĂł, se eu nĂŁo tenho insulina, Ă© como se eu nĂŁo tivesse essa chave, entĂŁo nĂŁo adianta, eu nĂŁo vou conseguir colocar desse jeito, absorvendo direitinho a glicose, entĂŁo Ă© um hormĂ´nio produzido pelo pâncreas.
Muito bem, e quais são aà os tipos mais comuns aà de diabetes, tem vários, doutor? Sim, sim, para dizer a verdade, a gente fala que hoje nós temos mais de 40 tipos de diabetes, eu quero dizer isso porque são subtipos né, logicamente, isso aà mais é para estudos acadêmicos, para aposta de eduação, mas nós temos os principais que a gente conhece que é o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2, né, o diabetes gestacional, que é aquele diabetes que a pessoa adquire, a mulher adquire durante a gravidez, né, que é mais tranquilo, e tem outros tipos, tipo LADA, MOD, mas esses três principais, três que eu estou dizendo assim, o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional, e olha que coisa interessante, hoje em dia, se vocês ouvirem falar em diabetes tipo 3, falar sobre diabetes tipo 3, o que nós estamos chamando de diabetes tipo 3, não vou dizer assim tão oficialmente ainda, mas o diabetes tipo 3 é o diabetes do cérebro, é o Alzheimer, é o Alzheimer, a gente já está colocando como que o diabetes, por isso, amigos, prestem muita atenção no que nós estamos dizendo aqui, olha bem, o paciente diabético, ele tem mais propensão, ele tem mais chance de desenvolver doenças demenciais, né, doenças da memória, e tem mais chance de devolver demência, e dentro dessas demências, Alzheimer é um dos mais comuns.
EntĂŁo, doutor Fábio, se a vovĂł, nĂ©, a mĂŁe, o pessoal lá, de todos os gerais, tem diabetes, e já tem casos, inclusive, de Alzheimer na famĂlia, Ă© mais um motivo de fazer um rastreio rápido, o que eu estou querendo dizer com isso? NĂŁo vamos esperar a pessoa ficar com a memĂłria, já está queimando feijĂŁo, já está contando o caso 10 vezes a mesma pessoa, já nĂŁo encontra mais chave, assim, gente, de um tempo para cá, ele piorou demais a memĂłria dele, está muito esquecido, será que Ă© Alzheimer? Quando vai fazer o diagnĂłstico, Ă s vezes, já está em estágio avançado, entĂŁo, todos precisam ter cuidado com isso, principalmente, nĂłs sabemos que apĂłs o Covid, nĂ©, da pandemia, nĂłs tivemos muitos casos de dĂ©ficits cognitivos, o que Ă© isso? Pessoas que ficaram com a memĂłria um pouco mais fraca, mas o que eu quero dizer Ă© o seguinte, vocĂŞ diabĂ©tico, procure mais do que nunca fazer um screening, o que Ă© isso? É uma triagem para a demĂŞncia, porque o diabĂ©tico, ele tem mais chance de ter Alzheimer.
Muito bem, 8 horas mais 15 minutos, estamos conversando com o doutor Fábio AraĂşjo de Sars, falando aĂ, esclarecendo sobre a diabetes, doutor, Ă© um assunto que já foi, nĂ©, a gente já falou aqui no programa e que nĂłs estamos repetindo aqui, porque tem muita gente, doutor, que pediu, nĂ©, que a gente voltasse a falar sobre esse assunto aĂ, entĂŁo, há pedidos de vários ouvintes, várias pessoas nas redes sociais tambĂ©m do doutor Fábio, nĂ©, doutor, que pediram, nĂ©, para a gente voltar a esse assunto.
Bom, e quais são os principais sintomas da diabetes, doutor? Bem, isso é muito interessante, porque a gente sempre fala que muitas vezes a pessoa, quando já chega no médico, quando ele tem história familiar, quando ele tem pais, irmãos diabéticos, ele já fica mais atento, mas às vezes a pessoa não tem nada disso e de uma hora para outra ele começa a ter um aumento da urina muito grande, tá urinando com muita intensidade, ir no banheiro várias, várias vezes, e essa doutor urinando mais com maior frequência.
Outros casos, aumento da sede, além de urinar muito, às vezes não tá tão calor, não comeu nada muito salgado e tá bebendo muita água, muita sede, é uma sede realmente fora do normal. E além do aumento da sede, às vezes a pessoa tem um aumento da fome, do apetite, aqui tá como diz a brincadeira, tô comendo a primeira, tô o tempo todo comendo, e a perda de peso, emagrecimento, por isso que a gente brinca que é PPPP, quatro P's, o que é quatro P? O aumento do volume vinagre a gente chama de poliúria, esse nome chama-se poliúria, então começa com P.
O aumento da sede chama-se polidipsia, olha, poli, outro P. O aumento da fome, polifagia, e perda de peso, com P, então por isso que a gente fala que são quatro P's, não é verdade? Então a verdade é essa, você começou a urinar mais do que o normal, num tom significativo, olha bem, sempre a gente tem que ter tomado esse cuidado aqui que eu falo, que nós como médicos a gente tem que tomar cuidado, porque vocês estão falando, sei lá, eu tô urinando muito, deixar, eu tô desesperado, deve ser diabetes, não, tem outras doenças que causam aumento do fluxo urinário, por isso que eu tô te falando, tem que procurar saber.
Aumento da sede, aumento da fome, perda de peso, ah, mas perda de peso, vocĂŞ tem que ficar preocupado com o tireoide, com diabetes, sim, mas vai e faz outra reage, agora quando vocĂŞ vai ao mĂ©dico, ele nĂŁo vai pedir um exame sĂł de diabetes, tireoide tambĂ©m, sabemos que tireoide antes pode causar perda de peso, certas doenças infecciosas, nĂ©, entĂŁo perda de peso por si sĂł, ele tem que ter um alerta, a verdade Ă© o seguinte, Ă s vezes a pessoa perde muito peso em pouco perĂodo, em pouco espaço de tempo, entĂŁo sĂŁo esses aĂ os principais sintomas que nĂłs temos que ficar ligados em relação ao diabetes.
Oito horas mais dezoito minutos no nosso bate-papo com o doutor Fábio AraĂşjo de Sars, se vocĂŞ tiver alguma pergunta, pode fazer pra nĂłs aqui no 33315641, de preferĂŞncia que seja uma pergunta escrita, porque fica mais fácil pra gente fazer aĂ a pergunta do doutor Fábio AraĂşjo de Sars. Mais uma pergunta, doutor, o diabetes Ă© hereditário, doutor? Fala pra nĂłs. Ă“, isso Ă© muito interessante, porque a pessoa tem que prestar atenção na histĂłria familiar, o que que eu tĂ´ querendo dizer, quando vocĂŞ já tem pessoas com diabetes na famĂlia, vocĂŞ pode sim ter mais chance de desenvolver diabetes, entĂŁo isso Ă© muito importante pra vocĂŞ ficar mais atento, todos nĂłs já temos, vamos supor, se eu já vou fazer um exame uma vez por ano, se eu nĂŁo tenho caso de diabetes na famĂlia, se eu nĂŁo tenho caso, eu vou fazer no mĂnimo duas vezes por ano, agora, o que Ă© interessante, no diabetes tipo 2, o histĂłrico familiar, em apenas um dos lados da famĂlia, materno ou paterno, pode ser suficiente pra transmitir em demais gerações, quer dizer, entĂŁo, que vocĂŞ tem ou pai ou mĂŁe diabĂ©tico, vocĂŞ basta ter um, vocĂŞ já pode ter mais chance de ter, obviamente, se vocĂŞ tem o seu pai diabĂ©tico e sua mĂŁe Ă© diabĂ©tico, aĂ nĂŁo significa que 100% vocĂŞ vai nascer diabĂ©tico, nĂŁo Ă© exatamente isso, agora, o que a gente tem que prestar atenção Ă© isso, que Ă s vezes basta um dos pais ter diabetes pra que a doença possa se manifestar nos filhos, independente da idade, aĂ sim, Ă© uma herança, mas o mais importante Ă© isso, Ă© monitorar, porque nĂŁo tem 100% certeza se vai ser transmitido, nĂŁo Ă© verdade? Se nĂŁo Ă© transmitido, se vocĂŞ tem essa herança, como dizem, essa herança ninguĂ©m quer nĂŁo, nĂ©? Essa nĂŁo, nĂ©? Todo mundo dispensa, nĂ©? Cascando fora.
É verdade. Bom, doutor, nós estamos com um ouvinte aqui, pode fazer pergunta? Fique à vontade. Não vou pra outra? Não, pode perguntar, o ouvinte está aà às horas. Olá, é o nosso ouvinte, a Marilane, ela está perguntando o seguinte, gostaria de perguntar se uma pessoa que bebe, ela está falando aqui de vida mesmo, cachaça, né? Alcoólica, né? Isso, vida alcoólica, que prejudica o pâncreas, tem que olhar o diabetes, doutor? Olha, aquela verdadeira história, né? Qualquer pessoa que faz uso de bebida alcoólica, a gente já sabe que ela precisa ter mais cuidado, né? Porque não adianta a gente falar que abre o álcool comedidamente, não faz mal.
Sim, esse comedidamente que Ă© o perigo, nĂ©? Esse tem um professor meu que faz uma brincadeira que ele fala assim, ele pergunta o pessoal, vocĂŞ bebe, ele, socialmente, aĂ ele brinca assim, socialmente, mas mente pra dedĂ©u, que muitas vezes mente, entĂŁo esse socialmente varia muito pessoas. No caso desse paciente aĂ, ela está dizendo que a pessoa tem uma ingesta mesmo de álcool. Olha o que nĂłs queremos dizer, independente do paciente diabĂ©tico, o álcool já vai trazer malefĂcios em diversos aspectos, neurolĂłgicos, nĂ©? Ele tem o prejuĂzo do fĂgado, que a gente sabe, nĂłs atĂ© falamos há poucos dias atrás aĂ, as hepatites, tĂłxicas alcoĂłlicas, cetose, cirrose, câncer de fĂgado.
Agora, o que pode acontecer também, muito no paciente etilista crônico, é o que? É a pancreatite. O que é a pancreatite? Ele vai ter uma inflamação, uma agressão diretamente no pâncreas. Então, essa pessoa, imagina só, lá no pâncreas nós temos as células que produzem insulina. Se esse órgão, que é um órgão nobre, é tanto que a gente vê que é um dos órgãos mais complexos, quando Deus me livre e guarde, é atingido por doenças malignas, o câncer.
VocĂŞ pode ver que Ă s vezes o câncer em determinados ĂłrgĂŁos, vocĂŞ tem jeito de tratar. O pâncreas, nĂŁo significa que todo mundo que tem câncer de pâncreas, daqui a pouco está favorando de novo todo mundo aĂ, mas vocĂŞ pode notar que Ă© muito difĂcil, porque Ă© um ĂłrgĂŁo realmente muito nobre, ele Ă© muito complexo. EntĂŁo, o diabĂ©tico que faz uso de álcool, ele já tem o erro porque o álcool ele vem da cana, entĂŁo ele tem lá tambĂ©m o açúcar, digamos, nĂŁo Ă© verdade? E, alĂ©m do efeito açúcar, efeito glicose dependente, ele tem o fator agressor, que pode destruir as cĂ©lulas betas e as ilhotas de Langerham, que a gente chama.
Então, a verdade é o seguinte, álcool já não é indicado para ninguém, mas para o paciente diabético, então, ele tem que tomar muito, muito cuidado, porque ele pode ter uma falência pancreática e, infelizmente, nós não temos aà transplante de pâncreas com essa atividade, né? Nós temos, inclusive, um grande amigo meu chamado doutor Barracuri, quero mandar um abraço para ele, ele é um grande incentivador nosso, ele é uma das pessoas que está estudando células-tron para o pâncreas, por isso que hoje tem pessoas que tiveram pancreatite com álcool, é como se fosse um pâncreas artificial, porque você tem que ter um aparelhinho para mandar a insulina automaticamente, mas isso aà é muito complexo, é fora da nossa realidade.
Ainda está em desenvolvimento? Ainda está em desenvolvimento, agora, a verdade Ă© o seguinte, vocĂŞ que Ă© etilista e diabĂ©tico, entĂŁo, faça exame sempre, mas rotinamente, de preferĂŞncia, interromper o uso do álcool. Muito bem, agradecemos, entĂŁo, a Marilane. Obrigado, Dr. Marilane. Obrigado, tá bom? Oito horas e vinte e quatro minutos, vamos dando sequĂŞncia, entĂŁo, ao nosso bate-papo, o Fabio AraĂşjo de Sá. Doutor, quais os principais exames que devem ser feitos para confirmar ou descartar se o paciente realmente tem diabetes? Isso Ă© muito importante, por isso que eu falo, esse tema diabetes, ele vai ser recorrente, nĂŁo Ă© porque Ă© a minha área que eu trabalho mais do que tudo, Ă© porque ela engloba todas as outras áreas, Ă© tanto que nĂłs fizemos uma chamada já, e na prĂłxima semana, nĂłs vamos começar a ver a relação do diabetes com o Parkinson, que Ă© direta, mas a relação do diabetes com os rins, o diabetes com o coração, o diabetes com o fĂgado, entĂŁo, ele prejudica todas as áreas, entĂŁo, mais o motivo da gente desconfiar rapidamente, faz o diagnĂłstico, Ă© o que eu falei, o diagnĂłstico sindrĂ´mico, que a pessoa que começou a urinar muito, emagrecer muito, sede demais, apetite demais, entĂŁo, ele vai procurar um mĂ©dico, ok.
O problema, atĂ© que agora, tá mudando muito, por isso que eu falo, a educação em diabetes, há mais tempo, pouco tempo atrás, relativamente, o pessoal colocava lá assim, glicemia de jejum, ah, mas eu fiz o meu exame de glicose, tá 90, tá boa, tá, mas como que tá sendo a sua alimentação no dia anterior? Eu brinco sempre o seguinte, que se a pessoa, no dia anterior, nos trĂŞs dias, principalmente, nĂŁo comeu nada de açúcar, comeu pouca massa, mais proteĂna, ele vai dar uma glicose de jejum baixa.
Da mesma forma, eu não sou diabético, mas se eu comer muito doce no aniversário, ontem eu fui no aniversário, né, se eu comer muito doce, aproveitando, inclusive, ontem foi o aniversário do Engino, né, grande abraço pra ele, Engino é um grande amigo, nós até postamos nas redes sociais, e tinha uma torta de doce lá, maravilhosa, como tudo gostoso que ele faz, agora imagina, eu comi muito doce, tomei um refrigerante, se eu levantasse hoje de manhã e fizesse o exame, pode ser que eu estivesse ali um pouco alto, e não é diabetes.
EntĂŁo, glicemia de jejum isolada nĂŁo tem utilidade somente, nĂŁo tem essa grande validade pra diagnĂłstico. EntĂŁo, vocĂŞ que tá nos ouvindo, peça o seu mĂ©dico pra pedir a hemoglobina glicada. A hemoglobina glicada vai mostrar os Ăşltimos trĂŞs meses do paciente, aĂ sim, nĂŁo adianta o paciente nem querer mentir pra ele nem pro mĂ©dico, porque esse exame vai mostrar, lĂłgico que tem os parâmetros, e tem tambĂ©m um outro exame chamado teste oral de tolerância a glicose. O que Ă© isso? O paciente bebe um lĂquido docinho e vai tirar o sangue várias vezes, lá no laboratĂłrio mesmo.
Aà nós temos parâmetros, nós temos números. O que eu quero dizer, se por alto, é que essa hemoglobina glicada, ela vai ser muito boa pra gente poder ter uma noção do quanto que o paciente tem chance, porque olha bem, a hemoglobina é o pigmento que dá a cor no sangue. No sangue, essa glicose, ela vai ligar essa hemoglobina e geralmente as remastras vão demorar três meses, dois a três meses pra ser, como diz, pra regenerar, pra regenerar não, pra nascer novo sangue, pra trocar o sangue, pra fazer a troca.
Nesses trĂŞs meses, a gente observa, porque eu falei, nĂŁo tĂ´ falando do paciente que nĂŁo, mas tem paciente que faz o quĂŞ? NĂŁo vai fazer o exame, uma semana antes, ele sĂł nĂŁo passa fome, mas faz uma dieta brava pra ver se dá glicose e jejum baixa. SĂł que se vocĂŞ pedir a hemoglobina glicada, vai mostrar uns trĂŞs vezes. AĂ, como diz o peixe, morre pela boca. AĂ vocĂŞ descobre. EntĂŁo, vocĂŞ que tá nos ouvindo, olha se vocĂŞ tem a hemoglobina glicada com nĂvel normal.
O que eu tĂ´ querendo dizer, se ela tiver atĂ© 5.6, podemos considerar normal. Se a hemoglobina glicada, aĂ, Ă s vezes, ela vem escrita assim, HBA1C. Se ela tiver de 5.7 pra cima, fica alerta, faz uma dieta e vamos repetindo uns trĂŞs meses. Ah nĂŁo, doutor Fábio, ela tá chegando quase, passou de 6, opa, já vamos ficar mais alerta ainda. Porque se ela passar de 6, chegou em 6,5, eu já posso praticamente dizer que o paciente Ă© diabĂ©tico.
LĂłgico que aqui a gente nĂŁo tá fechando o tempo, nĂ©? Mas Ă© mais ou menos isso. EntĂŁo, por favor, tem dĂşvida, tem caso de diabetes da famĂlia, faz a hemoglobina glicada. Deu alta, vai no mĂ©dico. TrĂŞs meses depois, repetiu, ela continua alta. É prĂ©-diabetes, tem que começar a tratar. Porque antes nĂŁo tratavam de prĂ©-diabetes. EntĂŁo eu sempre brinco, eu tenho a telha quebrada, vou esperar chover pra consertar a goteira? NĂŁo. Eu nĂŁo vou esperar a pessoa ficar diabĂ©tica, Ă s vezes a pessoa fica prĂ©-diabĂ©tico durante anos.
Mas sĂł que esse prĂ©-diabetes já vai ficar fazendo um estrago, já vai trazer danos pro paciente. NĂŁo Ă© verdade? Muito bem. E esse exame pode ser feito em qualquer idade, doutor? Ou existe um limite de idade pra fazer esse tipo de exame? NĂŁo, qualquer idade. Principalmente. É muito importante, porque Ă s vezes crianças sĂł descobrem que Ă© diabĂ©tico Ă s vezes lá na frente. Porque quase ninguĂ©m fica fazendo exame de diabetes, ainda mais quando nĂŁo tem casos na famĂlia.
Hoje o pediatra já fica mais esperto. Mas você pode notar que a pessoa fala assim, nossa, quando descobrimos que o meu menino tinha diabetes, ele tinha seis, sete aninhos, foi levado pro pronto-socorro, diabetes, ele tava fazendo uns 200 e tantos, 300 e tantos. Quer dizer, se já tivesse feito lá atrás, já tinha diagnosticado, né? Então esses aà são exames básicos, lógico que existem outros, sultosamina, a gente tem a própria glicose, próstico-andial, pode ser feita. Agora é muito importante ficar atento a isso.
Peça ao seu mĂ©dico, se ele nĂŁo tem o costume de pedir, peça ao seu mĂ©dico pra dosar hemoglobina glicata. Muito bem. Doutor, e amanhĂŁ nĂłs vamos falar entĂŁo sobre o tratamento, nĂ©? Pode, pode. Podemos falar amanhĂŁ sobre o tratamento? Isso, isso mesmo, porque nĂłs depois já estamos continuando o nosso perĂodo. E isso Ă© muito importante, porque o tratamento, ele vai muito alĂ©m de medicamentos, nĂ©? Eu sempre falo que tem muita dĂşvida, sĂŁo muitos medicamentos, qual medicamento que vocĂŞ pode, ah, eu nĂŁo tolero isso, o outro nĂŁo tolera aquilo, tem medicamento que depois de determinado tempo, nĂŁo adianta vocĂŞ ficar tomando, nĂŁo Ă© que o organismo acostuma, nĂŁo, sabe? O organismo acostumou, nĂŁo, mas ele perde efetividade.
Então às vezes você está aà há cinco, seis, oito anos usando a mesma medicação, tem que tirar? Não. Vamos explicar como é que vai fazer isso. Se Deus quiser, amanhã nós estaremos aqui de volta com as bênçãos de Deus pra gente bater esse papo. Muito bem. O doutor Favio está na Casa de Maria, atendendo a Casa de Maria e também no seu consultório, né, doutor? Sim, graças a Deus. Nós atendemos lá no Centro Médico todas as quartas-feiras, atendemos também pela Fundação, no Cadite, no Centro de Atenção de Diabetes e Telemedicina, no 33316036.
Entre em contato com a Celeste, nĂłs temos convĂŞnios com diversas instituições, com diversos planos, entĂŁo Ă© isso aĂ, a gente pegando com Deus, trabalhando, nĂ©, que quem cura ele, sempre digo isso bem claro, nĂłs sĂł somos instrumentos na mĂŁo deles, nĂ©? Vamos trabalhar aĂ com muita fĂ© e com muita força de vontade. Obrigado, doutor, bom dia e atĂ© amanhĂŁ. Bom dia, meus amigos, atĂ© amanhĂŁ, se Deus quiser.