Fernanda Hague, an environmental engineer, discusses the problems with sanitation and clean water in Brazil. She mentions a ranking by Instituto Trata Brasil that shows some cities in Minas Gerais have limited access to clean water due to rural areas lacking infrastructure. She also highlights issues with industrial waste disposal and contamination of rivers. Fernanda explains that even in urban areas, some neighborhoods lack proper sanitation due to lack of regulation or infrastructure. She mentions the importance of reporting violations to the local water agency and emphasizes the role of environmental engineers in monitoring water quality and addressing environmental impacts. Finally, she mentions her own work in studying the impact of mining waste on the environment.
OlĂĄ, pessoal. Hoje eu tĂŽ aqui com a Fernanda Hague, engenheira ambiental. Boa tarde, Fernanda. Boa tarde, gente. Obrigada pelo convite. Eu que agradeço. Hoje a gente vai falar um pouco sobre os problemas que a gente vem enfrentando com saneamento bĂĄsico e ĂĄgua potĂĄvel. Tem um instituto, chama Instituto Trata Brasil, que ele faz todo ano, por conta da pesquisa do IBGE, ele pega a pesquisa do IBGE, que o IBGE tambĂ©m pergunta se vocĂȘ tem ĂĄgua tratada, se vocĂȘ tem acesso a ĂĄgua limpa, nas residĂȘncias do Brasil todo.
E aĂ o Instituto Trata Brasil, ele fez um ranking no ano passado, lançou esse ano, nĂ©, o ano passado das melhores cidades que tem, das cidades que tem melhor, que a população tem maior acesso ao saneamento bĂĄsico. E a gente, o estado de Minas Gerais, ele ficou com a cidade de UberlĂąndia entre as 10. Ficou em 5Âș lugar. E ainda caiu, porque era 3Âș. EntĂŁo, assim, hoje, Minas Gerais, a gente tem um problema, porque ainda nĂŁo tem algumas cidades que nĂŁo...
Algumas cidades ainda tem grande parte da população que nĂŁo tem acesso Ă ĂĄgua tratada, por quĂȘ? Muitas vezes Ă© a ĂĄrea rural. Sim. E muitas vezes, na ĂĄrea rural, nĂŁo tem onde a gente passar as adutoras, que sĂŁo as canalizaçÔes de captação de ĂĄgua potĂĄvel, ou atĂ© mesmo instalação de... instalaçÔes de tratamento de esgoto. Sim, sim. Hoje a gente tem, a maioria, jĂĄ tem um outro problema, que a maioria das indĂșstrias acaba indo pra zona rural, porque Ă© mais isolado, nĂŁo vai incomodar ninguĂ©m.
Justamente pra não... Pra não incomodar ninguém, mas acabam descartando o esgoto direto no curso d'ågua, e às vezes ele não då conta de tratar aquilo tudo ali. Sim. Então, muitas dessas pessoas que hoje não tem acesso a saneamento båsico são aquelas que captam ågua direto do rio, e esse rio pode ser que esteja contaminado com algum agente microbiológico, algum poluente ou não. Ou aquelas pessoas que também captam ågua do poço artesiano, mas que o poço artesiano, quem vai alimentå-lo é a ågua do rio.
Sim. E muitas vezes pode ter gado sendo criado ali, podem ter outros tipos de animais sendo criados ali, e aĂ vocĂȘ pode ter algum tipo de contaminação. Ou um descarte de algum vilarejo perto. Exatamente. EntĂŁo isso acontece mais por conta disso. Fernanda, mas tem muita gente na zona urbana que tambĂ©m nĂŁo tem acesso. Isso Ă© verdade. Por quĂȘ? Muitas ĂĄreas nĂŁo sĂŁo regularizadas. Por exemplo, Betim e Contagem. Betim tem hoje a colĂŽnia Santo Isabel, que na parte nĂŁo Ă© regularizada, do ponto de vista do cadastro imĂłvel, porque eram terrenos que foram doados ou herdados de pai para filho, nĂŁo tem escritura, e eles nĂŁo tem escritura, nĂŁo tem matrĂcula de escritura, e consequentemente a prefeitura nĂŁo entende aquilo ali como um imĂłvel.
AĂ ela nĂŁo pode colocar a rede sensual do ar. Ăreas invadidas tambĂ©m, ĂĄreas de invasĂŁo, que nĂŁo eram ĂĄreas urbanizadas, e que nĂŁo tem estrutura Ă s vezes para receber essa canalização, nĂŁo tem espaço para receber essa canalização, para ter a ĂĄgua tratada, para receber a ĂĄgua tratada, ou para descartar esse esgoto. EntĂŁo Ă s vezes Ă© descartado na rua. Morro, topo de morro, fundo de morro, dependendo da estabilidade ali, eu posso ter que passar para colocar uma canalização, mas esse morro despenca.
E aĂ a população que construiu ali despenca junto, porque Ă© um barracĂŁo que foi construĂdo sem uma fundação. E ainda tem uma outra expansĂŁo tambĂ©m, alguns bairros aqui da regiĂŁo metropolitana, de cidades, inclusive Belo Horizonte passa por isso, estĂĄ passando por contagem, a divisa de contagem com Belo Horizonte, porque que a gente tem tanto problema na Lagoa da Pampulha? Porque tem muitos domicĂlios que sĂŁo antigos, e naquela Ă©poca aquele bairro nĂŁo conseguia tambĂ©m receber, nĂŁo comportava essa canalização.
Ăs vezes o asfalto ainda era muito recente, por baixo nĂŁo comportava. EntĂŁo muitas casas nĂŁo tem esgoto ligado na rede principal, porque vocĂȘ tem a canalização saindo dos domicĂlios, das casas, ligadas a uma rede principal que estĂĄ na rua, e que vai conduzir para as estaçÔes de tratamento. EntĂŁo muitos nĂŁo estĂŁo ligados. Muitos estĂŁo ligados na rua a cĂ©u aberto, e aĂ vai escoando pela rede pluvial que a gente tem, e que isso vai acabar caindo em algum custo d'ĂĄgua, que Ă© o ressarco para mim, e acaba desaguando na Pampulha, ou esgoto irregular.
Mas em relação a, tipo assim, uma pessoa, por exemplo, eu me mudei para um bairro e nĂŁo tem essa rede, eu quero acionar ela, geraria algum custo para mim ou nĂŁo? NĂŁo, aĂ Ă© que tĂĄ, vocĂȘ tem que pedir para fazer a ligação da rede na Copada, sua Copada, me mudei para um bairro novo agora, nĂŁo tem ligação aqui ainda, vocĂȘs podem vir, na rua, na ĂĄrea pĂșblica, nĂŁo gera nenhum tipo de ligação ou de prejuĂzo para vocĂȘ.
VocĂȘ nĂŁo tem que pagar nada. Mas, por exemplo, dentro da sua casa, ligar a sua rede na rua, aĂ sim. Tem o custo. Normalmente as residĂȘncias novas acabam arcando com esse custo. Sim. Uma empresa tem alguma taxa pelo que ela tĂĄ fazendo que prejudica o meio ambiente e o bairro em si? Tem, tem sim. Ă a mesma coisa, desculpa atĂ© a palavra, mas Ă© a mesma coisa do gato, da rede de energia, que vocĂȘ nĂŁo tĂĄ buscando na fonte correta, vocĂȘ teoricamente nĂŁo tĂĄ descartando no lugar correto o seu esgoto.
E a gente tem, pela Constituição Federal, a gente tem direito, mas tem obrigação tambĂ©m. EntĂŁo, pode sim, ter uma multa, ter uma penalidade, depende muito de cada estado, depende muito de cada regiĂŁo. Mas, se vocĂȘ jĂĄ pediu a COPASA para ligar, ou dependendo da cidade, Ă© o SAAI, nĂ©? NĂŁo Ă© COPASA em todos os lugares do nosso estado. TĂĄ, Grisgu? Sim. EntĂŁo, o SAAI ou a COPASA, se vocĂȘ ligou, pediu para ligar, e eles nĂŁo ligaram ainda, e vocĂȘ tĂĄ usando ali enquanto eles nĂŁo ligam, vocĂȘ nĂŁo Ă© penalizado, porque querendo ou nĂŁo, vocĂȘ nĂŁo tem onde ligar.
Sim. Mas, se vocĂȘ jĂĄ pediu, e continua irregular, nĂ©? Em relação Ă denĂșncia, como funciona? Por exemplo, a COPASA faz essa verificação se as residĂȘncias tĂȘm, ou vocĂȘ tĂĄ vendo acontecer na sua rua, vocĂȘ pode fazer uma denĂșncia, tem algum nĂșmero pra isso, ou nĂŁo? Tem, Ă© da COPASA. Na verdade, assim, a gente tem duas opçÔes. Se vocĂȘ quer denunciar alguĂ©m, Ă© o nĂșmero da COPASA. Se nĂŁo me engano, deles Ă© o 115. Isso, Ă©. EntĂŁo, Ă© ligar pra COPASA.
Ou, o que pode acontecer Ă©, algum agente que mede, faz as mediçÔes de ĂĄgua, foi lĂĄ na sua casa, por exemplo, fez a sua medição, e o seu vizinho tĂĄ mandando ĂĄgua pra rua, de forma regular. Ele vĂȘ e denuncia. Sim, aĂ tem a notificação e todo aquele processo de regularização. Exatamente. EntĂŁo, isso acaba sendo denunciado. Mas, a gente sabe que muitas pessoas nĂŁo sĂŁo denunciadas, porque nĂŁo tem a fiscalização mais intensa, e porque tem os filhos com medo de denunciar tambĂ©m.
Ou Ă s vezes tĂĄ fazendo igual. E qual que Ă© essa relação do saneamento bĂĄsico com a rede pĂșblica? Qual que Ă© essa importĂąncia pro pessoal saber? Olha sĂł, pela Constituição Federal, todos nĂłs temos direito a ter o acesso Ă ĂĄgua potĂĄvel e ao tratamento de ĂĄgua e esgoto. EntĂŁo, toda vez que a gente vai lĂĄ pra frente da televisĂŁo, ou o pessoal vai lĂĄ nas redes sociais ou nas emissoras, fala que nĂŁo chega ĂĄgua aqui. O bairro Ă© novo.
VocĂȘ nĂŁo tem nenhum curso d'ĂĄgua pra captar. A gente normalmente busca ĂĄgua de rio diretamente por uma fazenda. AĂ sim, vocĂȘ pode construir ali, porque tĂĄ dentro do seu terreno, Ă© sua responsabilidade. VocĂȘ pode construir ali uma adutora pequenininha, uma rede de captação, uma bomba, trazer pra sua casa e pedir autorização. VocĂȘ anda, pode construir sem abrir a cabeça? NĂŁo. A gente tem um protocolo que chama pedido de outorga. Mas na zona urbana, quem tem que fazer isso Ă© a agĂȘncia de saneamento e captação de ĂĄgua que Ă© ocupada ou sai.
E qual que Ă© a importĂąncia disso? O governo tem obrigação, o ĂłrgĂŁo pĂșblico tem obrigação de convencer isso pra gente. A partir do momento que vocĂȘ paga os seus impostos, que vocĂȘ paga as taxas, que vocĂȘ acionou a ocupada e falou assim, olha, eu me mudei pra cĂĄ, eu preciso ter ĂĄgua, vocĂȘ pode ligar o ponto de ĂĄgua pra mim? AĂ ligando o ponto de ĂĄgua, o que vai acontecer? VocĂȘ vai ter ĂĄgua tratada. Eu queria que vocĂȘ falasse um pouco dessa importĂąncia do engenheiro ambiental pra população em si.
Qual o papel dele e o porquĂȘ que Ă© importante ter mais engenheiros no mercado ali do paĂs? Olha que bacana. Eu nĂŁo cheguei a contar isso pra vocĂȘs, mas eu sou biĂłloga e engenheira ambiental. Trabalho com isso hĂĄ muitos anos, hĂĄ 20 anos jĂĄ, desde quando eu me formei. SĂł que eu sempre trabalhei com a parte de botĂąnica e de licenciamento ambiental, que Ă© a autorização dessas empresas, dessas casas, inclusive de autĂłfagas, de uso de ĂĄgua.
E aĂ eu me formei em engenharia ambiental tem pouco tempo. E olha que bacana. Por que a gente tem que atuar tanto como engenheiro ambiental? O engenheiro ambiental faz algo que o biĂłlogo nĂŁo faz. O biĂłlogo trabalha com qualidade microbiolĂłgica e de poluente na ĂĄgua pra ter o contato com vocĂȘ, com a sua pele, com o seu corpo. E o engenheiro ambiental, ele mede o quĂȘ? A profundidade, a vazĂŁo, se eu tenho uma quantidade de ĂĄgua legal ali, se esse rio tĂĄ secando ou nĂŁo, se tem algum processo de erosĂŁo que tĂĄ atrapalhando, se algum empreendimento, alguma casa, alguma indĂșstria tĂĄ construĂdo muito pertinho.
EntĂŁo a gente consegue calcular se aquilo vai virar enchente ou nĂŁo, nesse programinha. E jĂĄ tem muito tempo que o pessoal jĂĄ consegue. Esse programa aqui Ă© diferente porque ele Ă© mais moderno um pouquinho. Ele Ă© de Portugal e a gente tĂĄ testando aqui. E no meu caso, eu ainda tĂŽ fazendo mais. Eu tĂŽ fazendo o meu trabalho com a modelagem da mancha de minĂ©rio que saiu de Mariana e que tĂĄ parada no Mar de RegĂȘncia.
Pra fazer todo o... O caminho dela, o trajeto que ela fez. E pra entender porque que ela tĂĄ parada ali, porque que a gente nĂŁo consegue despoluir. E com base nisso, vocĂȘ vĂȘ o impacto que pode afetar, nĂ©? As pessoas, porque quem entra no mar, se tiver uma quantidade de metal muito grande, nĂŁo Ă© balneabilidade, entĂŁo nĂŁo dĂĄ balneabilidade, nĂŁo fica adequado pra nadar. Os animais que podem morrer, e atĂ© pessoas mesmo no Rio Doce, porque passou pelo Rio Doce todo, atĂ© chegar no Mar de VitĂłria, nĂ©? LĂĄ em RegĂȘncia.
E eu consigo ver a qualidade dessa ĂĄgua tambĂ©m, se tĂĄ com a quantidade de partĂculas, de pedacinhos do minĂ©rio muito acumulado ali. Se pode ser bebida, se tem indĂșstria perto, se pode ser usada pra irrigação, pra quem produz frutas ali ou nĂŁo. E aĂ, quando vocĂȘs trabalham com o ODS de vida na ĂĄgua, que Ă© desse da importĂąncia, na verdade sĂŁo dois, nĂ©? Vida na ĂĄgua e saneamento. Isso. EntĂŁo os dois estĂŁo diretamente ligados ao trabalho de vocĂȘs e que estĂŁo ligados tambĂ©m a isso tudo que tĂĄ acontecendo com a gente.
Quando vocĂȘ clica lĂĄ no site da ONU, em cada um desses ODS tem as metas e os indicadores. EntĂŁo isso tudo que a gente tĂĄ vendo, igual na Ă©poca do governo passado, o presidente Jair Bolsonaro atualizou o marco do saneamento. Foi em 2020 que ele atualizou o marco do saneamento, que Ă© a nossa legislação em relação Ă ĂĄgua, pra que todos os municĂpios de todos os estados do paĂs revejam as suas redes de ĂĄgua pra que seja cumprido pela Constituição que tem que levar ĂĄgua de qualidade potĂĄvel pras pessoas em casa.
E que tambĂ©m seja revisto a possibilidade de diminuir as pessoas que nĂŁo tĂȘm acesso a rede de fogo, por exemplo. EntĂŁo ponto pra ele. SĂł que aĂ agora no governo atual, que Ă© o do governo Luiz InĂĄcio, ele tem que executar, pedir os governos e os estados municĂpios pra executarem. E ficar ali de cima, porque isso Ă© um indicador do que ele tĂĄ prometendo no acordo com a ONU. Porque a gente tem que cumprir essa agenda, pelo menos mostrar alguns resultados, atĂ© 2030.
Tem um perĂodo pra ser cumprido e virem novas metas. Porque nĂŁo Ă© lei, nĂ©? Ă um acordo. Mas Ă© um acordo de cooperação que ajuda na qualidade de vida da população mundial. A gente, igual no nosso caso, mas o Brasil vai contribuir com coisas de outros paĂses? Sim, a gente tem o AquĂfero, que Ă© o AquĂfero Guarani. Que passa nĂŁo sĂł aqui, mas na AmĂ©rica do Sul, nĂ©? A bacia do Rio ParaĂba do Sul, que faz divisa com o Rio de Janeiro.
A bacia do Rio Pomba, que tambĂ©m faz divisa com o Rio de Janeiro. ParaĂba do Sul pega Rio de Janeiro e SĂŁo Paulo e Minas. EntĂŁo tĂĄ tudo interligado, a gente tem que pensar no outro. Sim. O plano de gerenciamento de recursos hĂdricos. EntĂŁo o plano de recursos hĂdricos, por exemplo, tem que ser atualizado com tubulação, com qualidade de ĂĄgua, se chega ĂĄgua naquele bairro ou nĂŁo. Uma coisa legal, que depois pro pessoal que tĂĄ ouvindo a gente, Ă© legal assistir, por incrĂvel que pareça, os dois programas que falam muito disso, pras pessoas entenderem, porque tem gente que fala assim, mas nĂŁo Ă© possĂvel, gente, que isso aconteça.
Eu vejo aqui todo mundo feliz, bairro a bairro do Banco Geral, da Record, e o MG MĂłvel, da Globo. Porque o pessoal vĂȘ na proximidade, dependendo da regiĂŁo, ou do convĂvio que a galera tĂĄ, nĂŁo repara isso. Exato. Mas se a gente for dar uma olhada um pouco pra fora da nossa bolha, a gente encontra sim. Exato. E os problemas de saneamento nĂŁo estĂŁo sĂł nas favelas. Favelas a gente jĂĄ falou aqui, nĂ©? Aglomerados, nĂ©? Porque a gente tem as duas salas que podem ser designadas.
A gente tem o problema do relevo. EntĂŁo, Ă s vezes, nĂŁo dĂĄ pra chegar mesmo e o pessoal quer que coloque a ĂĄgua lĂĄ. Mas nĂŁo tem como, Ă© algo mais difĂcil. Ă difĂcil, nĂŁo tem jeito. Mas em outros momentos, por exemplo, em outros lugares, nĂŁo Ă© relevo. Ă questĂŁo de chegar mesmo atĂ© o ponto. De procurar o problema, nĂ©? Exato. E Minas Gerais Ă©, assim, extremamente antagĂŽnica e a gente consegue entender umas coisas super legais. E a gente tĂĄ cercado de cursos d'ĂĄgua.
Aqui mesmo, no Buritiz, a Avenida Professor MĂĄrio Werneck, por que que ela larga? Porque tem um cĂłrrego aqui embaixo que foi canalizado. Mas se a gente descer e pegar ali o Parque Agiopio Sobrinho, tem trĂȘs nascentes lĂĄ dentro. Eu jĂĄ fui com uma turma de engenharia ambiental lĂĄ. EntĂŁo, tem trĂȘs nascentes. Mas, ao mesmo tempo, no Bairro Sagrada FamĂlia, tem uma biquinha. Que as pessoas vĂŁo lĂĄ e pegam ĂĄgua. Geralmente em bairros, assim, sempre tem alguma.
E, com o tempo, Ă s vezes, nĂłs, os moradores, nem sabem por que. Com o tempo foi canalizado, e aĂ nĂŁo tem tanto acesso, acaba que fica escondido. AĂ se pergunta, nĂ©? Por que que ela larga aqui toda vez que chove? Tem dessa imprudĂȘncia, nĂ©? E no Sagrada FamĂlia Ă© engraçadĂssimo, tem uma biquinha antiquĂssima lĂĄ. Que Ă© uma nascente. Que o pessoal nĂŁo deixou canalizar, nĂŁo deixou cimentar nada. EntĂŁo, tem os espaços. E tem o quadradinho dela, que Ă© um poço artesiano na entrada da nascente.
E que agora um vereador conseguiu fazer tudo bonitinho. Colocou azulejo. E o pessoal vai lå pra pegar ågua. E acaba que vira um ponto, assim, de visita. O cartão postal do bairro. Não tem cartão postal do bairro. E, por exemplo, eu moro no Estado de Nova. Meus pais também. O prédio que os meus pais moram, não é ågua da Copaz, é poço artesiano. Então, ele tem a captação, mas a ågua de esgoto é ligada na rua pra Copaz retratar.
EntĂŁo, depende muito do lugar. DĂĄ pra chegar? DĂĄ, dĂĄ pra chegar. Ă questĂŁo de poder pĂșblico mesmo e de boa vontade. De executar, nĂ©?